As exigências do cliente, concorrência
exacerbada, emergência do serviço, pressões dos acionistas, colocam as empresas
numa constante reestruturação. Já não é necessário demonstra-se a necessidade
da mudança e da adaptação. O objetivo desta adaptação é ajustar-se às evoluções
do meio que se vão acelerando e até mesmo precede-las. Hoje em dia, as
organizações são obrigadas a considerar a mudança como um estado permanente. A
mudança é a aprendizagem de um novo comportamento. Qualquer mudança visível
assenta numa modificação do comportamento do indivíduo ou da organização.
Simultaneamente é acompanhada por uma modificação dos conhecimentos
correspondentes à nova experiência realizada no plano comportamental, que
coloca os indivíduos em estados de “alerta” para a necessidade de responder de
forma eficaz à alteração de rotinas e hábitos que podem em determinadas
situações gerar ansiedade e stress disfuncional.
A ansiedade e o stress podem ser
entendidos como tentativas do indivíduo (veja que não uso o termo mental nem
físico) em adaptar-se a alguma nova situação, trata-se de uma mobilização
global do organismo que aparece quando este é submetido a uma tensão suficientemente
forte. Devemos ter presente, que a ansiedade e/ou o stress não são doenças em
si, mas podem proporcionar o desenvolvimento de outros problemas.
Este sistema de defesa que a biologia
instalou em nós ao longo da evolução é algo de extraordinário, mas na vida atual
com todas as subtilezas que ela nos revela, não poderá «virar-se o feitiço
contra o feiticeiro»? Não há como evitar a conclusão de que o atual sistema de
defesa se tornou, por si mesmo, uma ameaça fundamental à nossa saúde. Não
seremos capazes de aumentar, ou mesmo manter a nossa saúde, e de igual forma
sermos funcionalmente competentes se não adoptarmos profundas mudanças no nosso
sistema emocional e na organização social.
Daniel Goleman (1998), um reputado
psicólogo norte americano no seu livro “Trabalhar com Inteligência Emocional”,
aponta para a importância de se promover uma nova educação que esteja atenta
não só à transmissão do saber tecnológico, mas que também desperte nas pessoas
a necessidade de aprender a gerir pressões, emoções e sentimentos na tentativa
de lhes permitir alcançar estados que facilitem desempenhos eficazes e
funcionais. Se a mudança pode ser concebida como uma modificação do
comportamento dos indivíduos, numa determinada situação, pode ser reduzida à
aprendizagem de novos comportamentos e à aquisição de novas representações,
habilidades e capacidades.
Que habilidades e competências humanas fazem
parte dos ingredientes para a excelência na liderança e no trabalho?
BOM DOMÍNIO DAS
TENSÕES PSICOLÓGICAS
Para favorecer a mudança para a
excelência, é necessário reestruturar os comportamentos dos empregados que
estão no centro dos desafios estratégicos da empresa. Escolher a mudança para o
talento humano como valor prioritário no funcionamento de uma organização pode
ter de passar pela promoção e gestão emocional no mundo do trabalho. O bom
funcionamento das organizações exige dos seus empregados, supervisores e
gestores, uma boa capacidade para motivar e um bom domínio das tensões
psicológicas que se exprimem, na maior parte das vezes sobre a forma de
emoções.
As emoções são o produto de um
desequilíbrio homeostático, ou seja, um estímulo que provoca uma resposta,
resposta essa que está dependente de vários sistemas que se comunicam entre si,
com o propósito de reporem o equilíbrio, a expressão desse equilíbrio é conhecido
pela forma mais apurada da emoção, o sentimento. As nossas emoções podem levar
ao embaraço ou favorecerem a nossa capacidade de pensar e planear, de cumprir
um horário, de resolver problemas, pelo que estabelecem os limites da nossa
competência para utilizar as nossas aptidões mentais inatas, e, portanto
determinam as decisões que tomamos na nossa vida e como nos saímos nela, em
suma, não podem ser bem elaboradas tendo como alicerce apenas a racionalidade
pura.
Torna-se premente elevar o nível de consciência
relativamente ao estado emocional de cada indivíduo, saberes exprime-lo de
forma funcional e ensinar a controlar as emoções prejudiciais para a execução
das tarefas e consequente desempenho, assim como contribuir para a promoção das
relações interpessoais, aumento da motivação e satisfação no trabalho e de
igual forma para o bom funcionamento organizacional.
A VERDADE SOBRE AS
EMOÇÕES NO TRABALHO
Uma das formas como as emoções
negativas se expressam no local de trabalho, é nos membros pertencentes a uma equipa,
quando não existem cooperação nem disponibilidade para com os colegas. Isto
normalmente é uma reação com a intenção de magoar sentimentos. No local de
trabalho as pessoas tendem a dar respostas emocionais, pois veem os colegas
como uma extensão familiar, comportando-se como se fossem membros da família.
Se a família/organização tem boas habilidades comunicacionais e existe interação
positiva, desenvolvem-se comportamentos funcionais e adaptativos resolvendo as
diferenças de forma apropriada. Se por outro lado, a família/organização é
disfuncional, as pessoas comportam-se por vezes como se fossem crianças a
brincar na areia – “o teu camião bateu no meu, e eu nunca mais quero brincar
contigo.”.
Quando as pessoas se sentem magoadas,
podem de forma inconsciente tornar-se sabotadores, verificando-se isto das mais
variadas formas, incluindo, o não cumprimento de prazos, tratar de forma
inadequada um cliente, estragar recursos. Noventa e nove por cento do tempo,
isto são comportamentos que acontecem de forma inconsciente. As pessoas nem
sempre são conhecedoras que estão a ter comportamentos prejudiciais para a
produtividade e rendimento, dado que as grandes partes das nossas ações
processam-se de forma inconsciente. Se as emoções negativas e disfuncionais não
forem levadas em consideração, as organizações por certo vão ter perdas
significativas relacionadas com o rendimento dos funcionários, assim como
perdas relacionadas com os clientes, sucesso financeiro e marketing.
FACTORES CHAVE PARA
A MOTIVAÇÃO
Todas as organizações querem ter na sua
equipa pessoas motivadas. As organizações gastam tempo e dinheiro para motivar
os seus funcionários. Querem construir e desenvolver a paixão, e o que é a
paixão, senão emoções? Ou seja, por um lado as organizações esforçam-se para
criar sentimentos que sirvam os seus interesses, e por outro, suprimem esses
mesmos sentimentos. Não podemos ter pessoas motivadas se não promovermos as
boas emoções e os sentimentos adaptativos. As organizações devem centrar-se no
equilíbrio emocional dos funcionários assim como num ambiente de trabalho
saudável.
Pessoas motivadas e apaixonadas fazem
as coisas acontecerem. Motivação, criatividade, e produtividade são fatores que
todas as organizações querem ver presentes. Apresento-lhe 6 formas para
encorajar as emoções positivas nas organizações:
·
Criar um ambiente de abertura;
encorajar as pessoas a falar.
·
Transmitir a informação de forma clara
e perceptível
·
Abertura para expressar as emoções
acerca da organização
·
Dar formação aos funcionários sobre
resolução de conflitos
·
Criar um ambiente descontraído
·
Admitir que nem todas as tomadas de
decisão surtem efeito
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